Minha Razão para Rejeitar a Tradição “Apostólica”

 Os apologistas católicos argumentam que a bíblia em si não é suficiente, é necessário um magistério infalível para interpreta-la. Esse magistério que se auto intitula infalível diz que há duas fontes de revelação: as escrituras e a tradição. 

O argumento da tradição é que o cânon bíblico só foi estabelecido tardiamente, até lá os cristãos não poderiam estar sem a revelação, e essa revelação foi passada de forma oral, o que hoje se chama tradição. O grande problema com isso é que certas tradições não existiam nos primeiros séculos e só foram se desenvolver séculos depois, os escritos dos pais da igreja negam e inclusive condenam práticas que vieram a ser aceitas pela igreja mais tarde. O blog “Repostas Cristãs” traz um compilado dessas citações. A partir daí já se argumenta que se a igreja teve autoridade para definir o cânon (o que é uma mentira, mas assunto para outro post) ela tem autoridade para definir doutrinas e dogmas, e esses dogmas são aceitos como parte da tradição, independente de estar em conformidade com as escrituras ou as contradizer. Na realidade, para a teologia católica, a tradição tem mais peso do que a escritura, então se ambas se contradizerem, o que vale é a tradição. Para isso eu analiso da forma como Jesus repreendeu os fariseus de anularem as escrituras para seguirem as tradições que eles mesmos inventaram, com o argumento que se segue: A tradição oral do judaísmo foi essencial para preservar e interpretar as Escrituras do Antigo Testamento; A tradição oral do cristianismo foi essencial para preservar e interpretar as Escrituras do Novo Testamento; Se é legítimo seguir a tradição oral do Novo Testamento como complemento às Escrituras, então também é legítimo seguir a tradição oral do Antigo Testamento pelo mesmo princípio; Jesus rejeitou a tradição oral do judaísmo porque ela se desviava da verdade divina e contradizia as Escrituras (Marcos 7:8–13); Portanto, se a tradição oral do Antigo Testamento foi rejeitada por Jesus, seria ilógico aceitar a tradição oral do Novo Testamento, pois ambas se baseiam no mesmo princípio de autoridade complementar às Escrituras.